segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Poesia equidistante


Tu, ali distante e aqui sorriso
eu, escrivaninha, tracejos e pensares
há quanto tempo será o "há quanto tempo?"
teremos este tempo? eu espero, sinceramente espero

Mas tu de lá, ladeando sombras e caminhadas
e eu aqui, por Sol e chuva de descaminhos
paralelos e equidistantes, hipotéticos e adjacentes
ao suavizar Château ou amargo-doce 'lúpular'

Tu, numa única linha de ligação
que nem faz rima ou refrão
inversa o que é prosa
reversa o som do violão

Numa nota tão grave, na voz sutil
somos país ou planetas
tu, distante mais um dia
eu, noite de rabiscos
pequenos tragos e simples riscos
tu e eu e tantos: somos poesia

André Café


Nem sabemos tanto assim


Afeta-me.
apesar de quase um mundo desnecessário
afeta-me corrosivamente.

O semear que colhe frutos oblíquos
o que será, será? wherever até quando?
afeta-me 'causticamente'

Não dou amor porque não amo?
o domínio me dá mais sabor
a cortina enebria plastic smiles
anfetamine-se pro que vem a seguir

Afeta-me, deságua alma incrédula
o pão do ódio é ópio na boca do planeta
que gire o tempo ou o instante
afeta-me lancinante
o nosso destino proveta

André Café

domingo, 29 de setembro de 2013

poema além de toda dor - suspiro em ti flamejante


meu verso respira na dobra do teu semblante
meus olhos te encontram
alvoroço
calor desmedido
vagaroso instante
em que entra meu espírito de encontro ao teu

cada letra que pulsa nessa tela tem sabor de tua vida
que não pretendo roubar senão pra ser
contigo
adiante
adiante
adiante

e na curva desse verso
ir mais adiante
em teus lábios
entre tua chama em meu corpo

adiante
adiante
entre o teu contato e as teclas
nesse instante
adiante
adiante

além de qualquer mero horizonte

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Eu sinto tanto quanto você


-A sua arte de ser mais que um artista, não sei, tem um quê aí de proibido, de “você sabe tão bem  quanto eu” o que está acontecendo com a gente, separados, nada de saber um do outro convivendo. Acho que você viveu o que estou tentando me afastar agora.

-Quem vai chorar por nós? É o que me resta, te sobra, ou sei lá. Acho que já é hora de terminar mesmo, ponto final, um pra cada lado. Você sabe que essa história não vai dar em nada. Você o conhece, sabe bem que somos diferentes, que eu não estou à vontade.

-Você acha que é mal de artistas? Esses amores efêmeros, complicados, melódicos demais? Não há mais nada o que fazer. É como naquele velho ditado: “o interessado dá o jeito”. E você me vem com essa nova, de que o foda é o desinteresse; De que não há mais jeito, mas há outras pessoas. E eu me pego perigosamente pensando nisso, em você, talvez. Esquece, não liga.

-Realmente, está provado que os opostos não se atraem. As pessoas precisam ser muito parecidas para engrenar a coisa. Saiba, garota, quando há diferença demais entre um homem e uma mulher, o sexo parece ser o ponto incomum e isso é uma merda. Nem só de sexo sobrevive o homem. Aprenda: não se caminha em lugares onde (se sabe) que não se chega a lugar algum...
-E você acha que eu devo parar? Fala alguma coisa, estou sem norte, não sei pra onde ir nem ficar.
- Escreva um livro, desapegue-se. É mais saudável e motivante do que encontrar um amor que não existe. Esse seu aí... Eu já desisti. A vida me ensinou à tapas como lidar com o amor. Hoje estou sozinho. A música, a poesia, a bebida e até a própria vida vazia servem de companhia. Essa fugacidade toda às vezes preenche. Outras vezes enche.

- Ao menos me prometa estar por aqui quando eu estiver à tua procura. Você sabe, poetas não conversam, versejam.


 (Rosseane Ribeiro e Taiguara Bruno)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Desapego


Desapego-me em destinar-me ao fim
só assim te deixarei tão outro
distante de quem vejo no espelho
somente porque tu me tomas

Coma-me, devora-me, expulsa-me
me torne tom e sabor de vinho
no último trago me vou para o novo
ou um tudo de novo, de querer

André Café




Estremecido


Dentro de todas as cores em mim
o cinza se recanta em desmanchos
espalha entre as vísceras e sangue
os amargos em borra mais devassos

Hoje sou simulacro no inesperado fim
me constituo pelos doces tormentos
apreço pelo fio sonolento que tange
o altar dos ritos mais antigos

Sou veto de riso, cheiro de alecrim
insinuo despedaços como alimento
antes que o tempo ou tudo emane
o mapeado rumo de abrigo

André Café



Despedida


Vidas gastas,
bocas tristes,
Frases tortas.

Frio passar do tempo, horas lentas.
Vento fino e vazios de corpos os lençóis.

Malas prontas,
Frases feitas,
Faces mortas...

Tarcisio Bastos

SÓ A CUMPLICIDADE VALE A PENA


Eu desejo e quero seu amor,
quando o amor florescer e
quando eu for digno de receber essa oferanda!!!
Seu amor.

Eu desejo seu corpo inteiro,
para abraçá-la toda e beijá-la,
com leveza e com vagar poéticos,
em toda sua extensão,
mas somente quando for para inscrever poemas das almas nos corpos;
não antes da hora nem depois da hora, nem com hora marcada !!!!

Eu desejo seu olhar atento e intenso,
sua atenção cuidadosa, do tamanho do tempo,
quando for possível andarmos sobre o tempo
sem notarmos a pressa do pulsar e o barulho dos passos
do relógio e do cárcere que oprimem o tempo que é nosso!!!

Eu quero estar no seu presente,
como presente,
para fazer do presente o melhor presente!!!!.
Meu e seu.

Mas não me furtarei ao intenso gozo do prazer de beijar
apenas a sua mão,
quando o prazer for sentido
em minha boca
e na mão beijada!!!
Com radiação.

Não me negarei ao prazer profundo
na velocidade de uma rápida piscada
de um olhar seu,
quando o teu olhar no meu olhar
abrir a janela
que me permita ver
seu coração e sua alma,
e meus segredos afetivos
expostos...
Assim seja.


Áureo João. Teresina, 26 de setembro de 2013

Quebra-cabeças


Emparedado


Ando atordoadamente bêbado
trôpego de obviedades
desmascarado dos sigilos

acimentei minha retina
no lugar da janela da alma, só pedra
das belezas, o caule frígido
da vida, nem ela, nem ele

movo-me tectonicamente
disfarçado, aprendi a ser camaleão
bocejo um sono mumificado
enrolado por um desejo petrificante

romper-se sem ferir a alma
piscar flertando na cegueira
desnudar a carne mais que crua
que goza o mais sublime gozo.

Lourival de Carvalho

Remendado, tu es fraco
Desencapa minha segurança
Traço sem rumo, mãos a tremer,
Te recorto pra mim.
Perigo, pois meus olhos te observam.

As minhas lentes
Te gravam, te moldam,
sem fleches, fixos, persistentes..
Calha me ouvir, um poema sequer,
E debruças sobre mim,
sem aspas,
apenas abraças, o que foi remendado...

Rayanne Rodrigues

o nosso amor vai morar em Minas ou no Piauí


Foi assim que aconteceu, olha o perigo
Nada programado, foi de improviso
Até parece que estávamos guardados

Sinto muito, que Deus nos perdoe
Não, na verdade, que nos abençõe
Que venham muito frutos, muitos risos
Que nos leve pra (b)mares ou paraísos

O nós agora é você e eu
Meu mundo agora faz parte do seu
Meu corpo é o mapa que te perdeu

Ninguém vai atrapalhar
Ninguém pra nos impedir, separar
Ninguém cabe aqui,
Ninguém mais vai servir

(Rosseane Ribeiro)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013



E se eu construísse aquele mundo de novo,
Me voltasse pro abismo esfriasse.
Seria tua imagem amor meu, o diamante mais bruto em meio a lama.
Seria sua criação, não amaria com o coração, seria uma rocha inatingível.
Eu veria através dos teus olhos e não teria palavras lindas em mim, pois eu já não as sentiria.
Aí seria como o címbalo, seria a névoa por entre os vãos.
Mas sendo assim, como você, eu não sofreria por vontade, nem me surpreenderia com o amor.
Pois igual a você seria apenas fria!
Esqueceria palavras tolas de amor, as quais um dia a ouvir me apaixonei, e me entreguei.
E então não seria mais poeta, nem a sensibilidade que me desperta, seria minha.
Seria outra vez, os olhos, os lábios, mãos e coração da insensibilidade.

Por: Rayanne Rodrigues

Não sei quantos ventos
Trarão bonanças e abundancias
Tormentos e encantamentos

Mas estarei aqui
Árvore que sou
Esperando os dias que hão de vir

Me movimentando
Entregue ao inevitável ciclo
Ao qual vou me subjugando

Pois se ser planta for
Curvar-se ao tempo, este soberano
Hei de cumprir a profecia: Nascerei flor todos os anos!

Ravenna Scarcela Angeline

Porção de ser arte


Não há mais poemar dentre teus vícios
os muros de lei ergueram-se em sua volta
enclausuradores normativos te perseguem
e o verso dorme ileso na tua língua

Cospe! Abruptamente em escarro
cavoca os alicerces do real
é palpável apenas a parte que tu queres
escancare as falhas desta parede moral

Há poema em tudo que vê
onde tu tocas, faz sentido, o reverso e o dado
se você sente, emana em ti o soletrar de impulsos
Faça, na leveza ou imprudência, o versar orbitado

Os muros vem e vão, à nossa má-sorte
mas de tudo que mais te impregna
não há qualquer perigo na esquina
que te mate a tua porção de ser arte

André Café

Haikai das reflexões do ser


Amor ou perigo?
o passo em vão no espaço
rota que sigo

Aonde é abrigo?
descalço; o ser que refaço
sou eu ou inimigo?

André Café

Sempre, por ela


Um tanto de tudo,
de mudo à canção.
são minhas vontades
verdades e passos:
desfaço o disfarce
da face que duvida.
em vida sou teu;
eu e meus tormentos
momentos de paz
ou mais loucura
que cura ou vicia
dia após tempo
tento só sentir
o devir de teu choro
em coro que me agonia.
havia uma direção
que não nos fez coragem
à margem silenciada
amada que me dista
sem pista do teu querer
e ter que desvendar
achar tantos caminhos
de sonhos do teu riso
avisos que não me cabem
além do teu absurdo
um tudo de tanto
o pranto cessado
dado ao relento
o vento a mercê
pra você e eu
no apogeu do futuro
sem muro, nem ciência
vivência a toda sorte
e arte, em amor, pra toda parte

André Café

Reflexão Atemporal - Sobre pensares desconexos, enquanto caminho no tempo


Cada passo numa caminha errante nestas terras baixas
colocam-me a par de instintos e pensamentos brutos
como pedra, flor e céu;
e que céu estaria fazendo hoje lá em cima?

O medo sugere obediência, bem como revelia
a total orgia supõe punição, assim como desejos
o que falo, faço? o que vejo, feito?
nortes e desnorteadores que buscam um sentir completo

E seria aí a convergência de esforços para a compreensão humana?
longe, longínquo, imane distância. palpável ou apenas abstração?
passos dados na terra vivamente escura
seriam as suturas para pensamentos absortos

A condição da existência; a condição do social.
elementos que distam de qualquer postulado
quando o fogo é matéria que molda
para o mal ou por prazer (...)

Um sentimento desumano respinga no meu íntimo
embora tão fatal destino conclusivo, pelo que vi
mas me é corrosivo, embora por perspectivas duvidosas
lógico: diante do caos, aplica-se caos e meio

Não me aquece mais o calor deste Inferno;
mas não me turvo inteiro
não temo a parte de me fazer um pedaço deste mundo
Engasga-me saborear o sentido desse mundo
asquerosamente fundamentado em sua existência

Sigo, pois não me basta concluir; necessito desistir dessa rota


Sócrates jogando poker em Cocytus com Satan

Complexos


Garfo que bate no prato
ecoando os zumbidos
olhares azuis e lilás
não sei até onde vai
nem quais eram os sentidos

De todas as luzes e vento
o silêncio era quimera
de longe vinha arrepio
de tantos olhares vazios
jazidos na voraz fera

Ocos, descaídos e passionais
um tudo de nada ou reflexo
o relegado sentia
das mil sombras que fazia
o roçar esguio de complexos

André Café

terça-feira, 24 de setembro de 2013


Não sei quantos ventos
Trarão bonanças e abundâncias
Tormentos e encantamentos

Mas estarei aqui
Árvore que sou
Esperando os dias que hão de vir

Me movimentando
Entregue ao inevitável ciclo
Ao qual vou me subjugando

Pois se ser planta for
Curvar-se ao tempo, este soberano
Hei de cumprir a profecia: Nascerei flor todos os anos!

Ravenna Scarcela Angeline

POESIA CONCRETA


SOLUNAR I


Esvai-me em teus tragos e olhos vermelhos como se fosse encontrar o vazio de tudo que não fazia sentido. Caminhei em noites estranhas a procura de mim e sempre encontrei o outro, os perdidos, as falsas alegrias a confusão, mas onde eu estava?
Perdi-me no momento que decidi virar ar e fui consumida pela poeira que a brisa quis levar . Os sonhos que eram tão somente toda a base do que eu era transformaram-se em agonia, náusea, inquietar.
Não era mais eu nas rimas, olhares e passos, não era mais eu na boca doce no tato e trato. Olhei e vi versos soltos sem sentido, passos em círculos, olhares descalços, boca seca, tato amargo.
Mas veio o fogo e eu que sempre fui água deixei de ser ar, mantive-me calma , esqueci as horas e resolvi sonhar.

Yana Moura

Você nem voltou para dizer adeus
Mas eu também não esperei você voltar.
Eu te conheço muito bem e já sei
Aonde é que tudo isso vai dar.
Aonde tudo isso vai dar.

Sinto dizer, mas eu não sei cuidar dessas flores
Que a gente compra nas floriculturas.
Elas são tão efêmeras,
Por isso eu preferia ter um jardim.
Não sei cuidar direito nem de mim
Quanto mais do amor, que é uma coisa assim
Tão frágil e tão efêmera
Como essas flores que a gente compra nas floriculturas.

Eu gostaria de ter ido ver o Caetano
Mas pensando bem, pode não ser uma boa ideia.
Ele vai tocar perto da sua casa
E eu não quero que pense que é uma desculpa pra te ver.
Eu sei que quando ele cantar aquela canção
Meus olhos vão procurar involuntariamente os seus
E eu vou ter que correr pra não chorar.

Eu não esperei você se despedir,
Mas tanto faz, você sequer leu meu recado.
Hoje é sábado e eu ainda estou sóbrio.
Queria alguma coisa pra me alegrar
Mas daqui do portão não dá pra ver a Lua.
Por favor, não toque essa canção.
Ela é um perigo pra quem sofre de alcoolismo.

Você me disse que não gosta
Quando coisas boas terminam
Mas eu digo que elas têm que terminar.
Você diz que eu sou triste e pessimista
Que tudo que é bom dura pouco
E eu digo que é porque tudo tem que terminar.

É sábado à noite e eu ainda estou sóbrio.
Existe alguma coisa mais triste do que isso?
É quase meia-noite e eu ainda estou sóbrio.
Em guerra com minha própria solidão.

(Igor Roosevelt, 21/09/2013)

Lua 21


noites escritas em giz
enferrujam o céu

Vênus , pretexto
eu olho e sinto

sem estrelas ou São Jorge
cheia, minguante , vazia

pura, clara, PALAVRA
nua, escura, VOZ
devora, olha , SILÊNCIO

Yana Moura

Identidade Mameluco


Nessas veredas sanguíneas
Corre o filho da mestiçagem,
Carregando semblante daqueles que um dia
Foram senhores de sua identidade.

Um mameluco nativo,
Um curumim com suas belezas estampadas
Hoje cobertas por farrapos,
Os que restaram da cambada.

Corria com o pé na terra,
Ainda não temia nenhum dano,
Hoje estagnasse na miséria
Pra seguir labutando.

Raone Silva

Ela estava lá,..
contemplava o nosso amar...
E nos enamorava..
E na madrugada, dois corpos entrelaçados, enebriados, repousavam à luz do lua

Luciana Abreu


Frasco nº 8


Já não sabia o que fazer. Então, acreditando ser uma escapatória, apagou a luz. O problema era o seu coração, que ainda estava aceso.

(Laís Grass Possebon)

Frasco nº 7


Ele morreu, aos quarenta e sete anos, em um hospício. Enlouquecera, aos vinte e seis, por motivo de um amor não correspondido. Mas, por aquela garota, qualquer um enlouqueceria.

(Laís Grass Possebon)

Razoavelmente . . .



Razoavelmente . . .
Perto daquilo que não foi dito
há mais mundo que o próprio lá fora

Reside no seio da normalidade
arcabouços de absurdo
desde o tédio ao medo
entre o fluxo e o derramamento

Razoavelmente . . .
definha-se o definir de quem vive ou perece
por preces, por práxis e paz ou pistolas
entre os aplausos efusivos de rendição

Regride no íntimo da sociedade
absurdos em arcabouços
do correto à contradição
sobre bases elucubradas

Razoavelmente . . .
há mais mundos lá fora
do que o comum onipresente

Sócrates jogando poker em Cocytus com Satan

Haikai de outros caminhos


1, 3, 16
duvide da vida quadrada
desvie da rota de vez

André Café

Pequena


Repouso-me aqui;
e que passem as horas:
meu tempo não é relógio
a lógica, nem se ou somente se
apenas descanso,
num ardor de todas frequências

E nesse meio tudo
para onde olho, pressinto alívio
para o que já sinto, percebo o 'ir mais além'
e vai; profundamente;
sem necessidade de porquê

Com você, com mais afinco
daquilo que foi mito
num instante, é puro

Que assim seja futuro
pois tudo que eu fito,
repouso, ressignifico

André Café


Olhos normais


Um rodopio, dois, três, tantos e encantos
mas ainda com fôlego pra riso e salto.
E de assalto sempre nos toma:
surpreende, aperreia e emociona

Leve dizeres da alma de poetisa
fortes desejos de liberdade
pode até por vezes, choro
mas queremos felicidade

Gira, roda, flutua e afina
ao som de canções sem final
segue, correndo, voando
pra tudo que for sem igual

André Café




Do mundo


Se eu desvio,
não toma conta de mim
o que está em todo lugar

Mas me deixe cair
em algum porto esquecido
para meu chão lembrar

Já não são minhas as tuas voltas
mas se me arrisco nas bordas
o contadito vem me acorrentar

Digo ao mundo que não quero
mas pra ecoar o sentir
do mundo espero o consentir
que nunca aparecerá

André Café


 

domingo, 22 de setembro de 2013

Árvores do Futuro - Rio Parnaíba Limpo? não: sujo e muito sujo...

 À QUEM TEM O DEVER DE DEFENDER O MEIO AMBIENTE POR DIREITO!

o dia começa com uma missão especial: reunir-se com dezenas (talvez mais de uma centena) de jovens interessados e empolgados com a causa ambiental

saímos de casa absortos na ideia: hoje é dia de preservar o meio ambiente e ver como está o rio
é preciso ser forte, corajoso, destemido, resistente e capaz

seguimos caminho até o local, margens do rio Parnaíba em Teresina,
bacia hidrográfica do Parnaíba - a terceira maior bacia hidrográfica do país inteiramente nacional
um gigante este velho caudaloso com mais de 1.400km de curso a brolhar da chapada das Mangabeiras
segue seu curso recebendo como afluentes entre outros os Uruçuí Preto e Vermelho, o Gurguéia,
o rio Piauí - que dá nome ao Estado - , o Canindé, o Poty, o Longá, o Corrente, para citar alguns.

Mas ao chegarmos à margem rente à ponte velha que liga o bairro Saci em Teresina(PI) a Timon(MA)
O que acontece é de desesperar: uma faixa de quase um hectare de terra onde outrora havia mata ciliar
desmatada, destruída, como que incinerada por mãos não de homens mas de monstros, crápulas, 

e para quê? para assentar alguma família ribeirinha?
não, senhoras e senhores, jovens e idosos, moças e rapazes
apenas para montar um bar, um lava jato de automóveis e um... motel. isso, um MOTEL!

Ou seja, para que eu possa justificar aqui em formato de poesia:
"seja noite, seja dia
o guri e a guria
não fazem amor na mata
tem motel ali na via"

Em meio a toda a cidade e áreas que esta dispõe para edificações, foi-se construir um bar, 
com poluição ambiental, visual e sonora - 3 em 1! foi se ainda construir um lava jato,
água e óleo ali se misturam todo dia! foi se, ainda por fim e não menos péssimo, construir...
um Motel cujos muros beiram a beirada do rio; ou seja, noutra passagem poética:

"A água bate no muro, o muro bóia na água, os casais se amam a qualquer hora e um dia a casa cai."
E se morrer em coletividade um monte de gente em pleno ato amoroso, ali no rio?
Aliás, será que vai morrer de afogamento, por conta da poluição do rio ou atolada nas coroas?
Façam suas opções, a escolha vocês decidem!

Bem, falta nesta cidade, de verdade:
coragem, respeito, honra.

Salve Gregório de Mattos Guerra,
Salvemos o Rio Parnaíba e o Rio Poty.

Aliás, os rios todos que morrem à míngua, vítimas da cruel humanidade, monstruosa.

Esse foi o meu relato do dia da árvore mais triste que já tive em minha vida, após tantos anos comemorando com atividades educativas e festivas na escola e no colégio; agora que estou na faculdade os rios pedem socorro e as matas morrem de sede... 

A poesia era pra ser esta: (no sábado, 21 de setembro de 2013)

Árvore:
parabéns pelo teu dia!
Tua copa e tua sombra nos protegem, nos acolhem e nos abrigam.
Teu tronco nos serve de suporte e dos galhos é casa de muitos animais e até outras plantas.
Tuas raízes servem a proteger o solo e muitas vezes de remédio.
Tuas folhas são o adubo do mundo, de outras árvores húmus revigorante.
Teus frutos são semente e alimento, de seres tantos e até de si mesma na eterna sinfonia da vida.
Árvore, parabéns, você merece. Sem você, não vivemos aqui na Terra.

Salve Árvore, 
Ar que nós respiramos;
Vo-zes que ouvimos da Mata-Floresta e falamos contigo;
Re-ciclagens de pensamentos ecológicos que proporcionas!

Ar-te em forma sempre viva;
Vo-cação da natureza em equilíbrio sustentável;
Re-ssensitividade do ser humano entre o cosmos, o ser e a mãe terra.

João Paulo Santos Mourão 
JotaPê

22/setembro/2013 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013


A cor da noite se esvai quando duas gotas de sal caem do céu.

Tassi

PSICOMANIA


 Ladrilhos no chão
A pá que te cova não arde mais os olhos.
Nem mais o sal, nem o alho refogado
Nem qualquer noção de morte
O medo já se fez parte
E no fazido tomou conta.
Contido, dissipou toda forma de perigo.

Rei das artes, das selvas,
Rei dos felinos, dos filmes antropofágicos.

O que há em meio ao deserto mais árido?
Vales da morte?
A mão se coloca no fogo e a cabeça das rajadas de vento.
Pula a cordilheira, anda no gelo,
Acampa em meio aos espinhos.
O que pode mais acontecer?

Uma dor de cabeça, um dedo quebrado, pés molhados, câncer de próstata.
Um ano a menos, alguns menos batimentos cardíacos.
Um dia sem comer chocolate?

Enquanto cantava que perdera seu medo da chuva,

Descobri que o sim é um passo que se dá no vazio de um suspiro ansiante.

Tassi

Haikai do amor vazio


Sumo da noite
no verso eu confesso
a dor, ao regresso
do amor de açoite

André Café

O verso de zero hora


Madrugada que chega em verso
consumido sono presente de outrora
na demora do frio, o calor de palavras
o clamor dos sentidos, o cume do silêncio

Revolva-me de alguma saída
é o inverso do que eu quero em linha
risca, traceja, caminha, por vontade;
alheia ao âmago do mormaço

Madrugada que finca. imerso
noutro dia a gente se viu
pra mim, desafio desejar-te
risca, traceja, rasgada piedade

André Café

Um dia que cansa


E cansa
a dança do imaginário
nos pés de calo e erário
que nenhum amor alcança

Um ritmo desmotivado
um passo temido
um chão desmedido
dum desafinado

Mas sim estou de outro tom
que cansa, mas cedo
é o arrego do medo
das luzes neons

De dia, poesia;
a tarde que invade,
o breu dilema:
a noite é poema

André Café

Teus lirismos


São teus vastos lirismos
sou o artista do centro da ponta
repousam e avoam olhares
simultaneamente vencidos

Porque talvez assim não seja
o que diria, o que ouvir
devir danado que se revolta
na calmaria do teu chamado

São teus vastos lirismos
assim sem rastro, sem risco
e eu que rabiscado sou resumo
numa chama que não queima

Porque talvez assim não seja
e eu cá com minhas iniciativas rôtas
carteadas num jogo sem ganhos
do tamanho daquilo que me estremece

André Café

Deixa minha poesia te grudar


Eu  proponho a gente se amar
Assim, devagar, vai topar?
Deixar o corpo falar
Ah, você gosta, deixa minha poesia te grudar

Resistir ao que se quer é apenas um jogo
amanheço no teu jeito; eu sei das tuas manhas
só que agora, sem façanha,
estou cravado no teu mundo
do teu cheiro faço parte:
te proponho a boa arte
de um amor bem vagabundo

E se eu aceitar ser tua parte,
vou te ter todo os dias?
Tipo, posso te abusar?
Posso dizer baboseiras só pra te excitar?
Posso em teu desejo me instalar?

Aquilo que te cabe é minha loucura
e ela não cessa, não antes da libido dizer:
'chega!!' ou dizer: 'assim e quero mais!'
o enredo irá sentir que só uma parte é diminuta;
nessa permuta labutada,
dou-me todo, sirva-se completamente
e me alimente da forma mais depravada

Então eu proponho fazer do meu corpo tua escrava
Sentir todo teu peso e ficar aliviada
Só dou-me a ti, não quero mais nada

Então tudo bem
Um ao outro a gente tem
até a última luz apagada


Rosseane e André Café

Dita humildade
Que apaixona a alma
Desperta calma
Arrebata a sensibilidade.

Simples manifesto
Que sem flagelo
desperta um olhar singelo
Doutro mestiço modesto.

Um olhar sem perdão
Onde quem vê
Tendes querer ser...
Mas sem razão.

Raone Silva


Reticências me intrigam...
vírgulas me deixam ansiosa,
pontos finais trazem nostalgia.
pontos parágrafos, me desafiam.

finais, nem sempre são felizes, mas são vitais para começar novas histórias!

Luciana Abreu

(FAZER AMOR )


Viajo no teu corpo,louco
É como uma arte
Admiro cada parte
E descubro mais um pouco


O teu cheiro,nua
Em cada beijo
Aumento o teu desejo
Enquanto você flutua


Dois seres
Amantes
Prazeres
Constantes


Eu e você,imagem,reflexo
Amor,viagem,sexo
Apenas você,mais nada
Simplesmente você,minha amada


Confesso que tenho ciúme
Do teu cheiro,do teu perfume
Você dorme,e eu fico olhando o teu jeito
Teu rosto,deitado no meu peito


Teu rosto no meu peito
Uma noite de amor e prazer
Muito satisfeito
Pois pude te satisfazer .

Autor : Arthur Pereira.

(MARGINAIS FARDADOS )


Matava,usava chibata
Me prendia na senzala
Hoje ele ainda mata,
So que agora com bala

Antes,apoiado pelo coronel
Orgulho de ser capataz
Agora a mídia faz esse papel
Orgulhoso continua,em jornais

Mata,me marginaliza
Discrimina a minha pele
De sangue suja minha camisa
E não quer que eu me rebele?

Antes eu usava a capoeira
Não podia contra teu poder de fogo
Hoje tenho voz guerreira
E posso inverter esse jogo

Não me calo perante ameaça
Pois meu povo me abraça
Estou farto,cansado de desgraças
Estamos cansados de ser caça.

Minha arma tem voz forte
Carregada com muitas feridas
Não tenho medo do teu poder de morte
Pois minha arma pode salvar vidas



Tenho coragem,acuso e aponto o dedo
Tu mata inocente
Humilha minha gente
Agora te faço correr com medo.

Gosta tanto de acusar
Doi ser acusado?
Sou prova viva para te incriminar
Pois muitos morreram do meu lado

Sempre teve sede em me humilhar
Sempre fui marginalizado
Agora tenho propriedade para falar
Você é um "MARGINAL FARDADO" .

Autor : Arthur Pereira.

Parabéns sociedade linda
Cheia de amor, poesia, rebeldia e arte
Viver em sintonia contigo já faz parte
Cantar, tocar,dançar na ciranda da vida
Respirar o ar que envolve nosso ser
As palavras que iluminar o viver
O desejo de dizer aos quatro ventos
O quão gostoso é de ter
Te cantar, te poetar, namorar e enamorar
Que cada dia seja poesia
Letra música melodia
Que acalma
Que lava e enaltece a alma
Que seja eterno esse sentimento
Do nascer ao firmamento
Enquanto eu viver
Viverei a te querer
A te ver crescer e florescer
A te ver sorrir
Minha AMADA SOCIEDADE DOS POETAS POR VIR

Halysson Arrais

O fluxo do existir


A vida consiste em termos bons amigos e na arte de cultivarmos os mesmos.
A construção do existir pauta na prática de acreditarmos em Deus e em nós.
Com apreço descrevo o que não tem preço.
A vida é um moinho.
Portanto, viva a existência de forma plena.
Seja sempre uma criança.
Seja um poeta.
Seja humano.
Seja alma...
Com carinho compartilhe a sua vida com o mundo.
Leia inúmeros livros e compartilhe conhecimento.
Respeite os limites do outro.
Seja coerente com suas atitudes.
O existir é uma interrogativa constante.
Os diversos ir e vir do dia a dia, nos faz procurar respostas nas nossas irreflexões e nas ações do outro.
Deixe recordações da sua história, eternize a sua viagem terrena.
Difunda uma mensagem de paz, amor e vida.
Procure falar com a alma; desperte os sussurros das inúmeras almas a sua volta.

Autor: Dhiogo José Caetano

A Arte Suave de Amar e Ser Amado


Sentado de cima da grana dos seus pais é fácil enfrentar esse mundo canibal
Fazer suposições sobre mim e meu despertar
Mas enfrentar o dia a dia na humilde
Passar por labirintos econômicos
Conviver com falsidades
Eu duvido que você consiga
Pra isso tem que ser guerreiro
E isso eu sou
Tem que ser amado de verdade
E isso com certeza eu sou
Meu kimono amarrado de um lado
E minha Fernanda do outro
É o que desperta minha mente
E aviva meu ser
Minha flor me completa
Me faz sentir homem de verdade
Não um moleque igual a você
Como diria o poeta skaitista
‘’Só o amor constrói pontes indestrutíveis’’
Jiu Jitsu meu estilo de vida
Ser amado e amar minha vida!

Bernardo Moraes