sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Teresa Cristina invisível


Teresina que rejeita seus filhos
Mendigos ou maltrapilhos, perdidos.
A vida flui em esquinas e praças
Com olhar de desdém o homem disfarça
Homem correto que segue a maioria
Julga inferior quem não contenta
Os sonhadores de alma plena
Vivendo em pleno dilema:

Lutar pelo sonho é lutar sozinho
Seguir a maioria é infelicidade
O êxito da minoria
É o escárnio da sociedade!

Hugo Jardel

23 de Outubro de 2014.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A invasão louva-a-deus grená


Pensei que eram nuvens de mudanças
as dos gafanhotos exaustos de fuga
mas nenhuma rusga no céu ardido
pra ser sombra da praça sem árvores

O silêncio das asas passou zumbido
como se chamasse pra gente ver o fim do século.
virou espetáculo, caiu, saiu de fininho
e os nossos olhares retidos no esquecido

Voa longe a nuvem; passageira do tempo
nenhum tormento ativa a gente
o cedo é sono, a sede é sede
o vinho embebe, mas já não emociona

Lembrei daquelas terras suspensas
do ar cor de rosa, do chão sem pesar;
do voo infinito nas costas de um louva-a-deus grená

Torci pra quem sabe, quiçá, seja verão de novo
senti, invadi, aquele espaço perdido;
trançado na memória de todo esquecido

André Café




quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Esperanças que ainda queimam


Em tempos onde a humanidade é refém de obrigações
onde a cobrança é o artigo definido do desgaste mental
sem dúvida alguma, me resta acreditar no futuro
Quando a esperança as vezes rasteja
e o espírito por mais revolucionário enfraquece
O coração de vários outros espíritos choram
Anunciam em lágrimas o medo de lutar e acreditar no futuro
Em tempos onde a cobiça é maestrina do caos
jovens debruçam-se em esconder seus choros
e um túmulo de esperanças se torna mausoléu
Então, em tempos sórdidos em que a humanidade devora a humanidade
aquele abraço bem forte de saudade
aquele beijo suave carregado de sentimento
ou até mesmo vários "te amo" enviados, digitados e ditos
são fogueiras de calor eterno de esperança
Por isso se te abraço
se te beijo
se digo por milhões de vezes que "te amo"
Pode ter certeza
que em nestes tempos em que a humanidade é refém de obrigações
as três ações mais puras que existem no coração que ainda tem um pouco de esperança
é sinal que mausoléu algum recairá sobre os ombros de um novo futuro

Pavel, 2014

Não se esqueça de algumas coisas se eu morrer
Se eu morrer em uma manhã de sábado,
à noite, não deixe de ir ao cinema e, após,
não se esqueça de beber algumas cervejas
com o pessoal de sempre ou até mesmo só.
Caso eu morra na Colômbia ou no México,
sem ter dado notícias nas últimas semanas
nem postado uma foto em qualquer rede social,
não durma até o nascer do sol – deixe que a aurora
invada a sua pele para que você possa sentir o meu abraço.
No caso de eu vir a falecer em um dia de chuva, deixe todos os meus
converses do lado de fora da nossa casa e observe cada gota molhar
a única parte da minha efígie que remanesceu visível.
Se a causa do meu óbito for triste, jogue fora o
Unknown Pleasures que eu comprei em Porto Alegre
e, durante uma semana, somente ouça as marchinhas
do Haroldo Lobo, que a tristeza irá embora...
Porém, se eu morrer dormindo, depois de uma noite de amor,
antes de ir ao meu funeral, tome café da manhã na padaria que
fica na outra esquina e coma todos os pães de queijo que puder.
Quando a minha vida cessar, não deixe que a sua também se encerre,
apanhe a minha mochila vermelha, e vá ao norte mais longínquo que
há na Terra, e conheça pessoas amarelas, e continue se apaixonando,
e beba novas comidas, e coma novas bebidas, e não se transforme em
um bitolado melancólico chato do caralho!
Quando a morte chegar, lembre-se de que ela é banal, vulgar & trivial.
E o mais importante: não a encontre antes de mim.

(Laís Grass Possebon)

Poema do fim


Havia, em seus olhos, o reflexo do seu eterno
amor e, nos lábios, o desejo de um doce beijo.
Na cútis, estavam enterrados os sentimentos
sucumbidos e alguns fragmentos dos antigos
temores causados por outros perenes amores.
Por ausência de diálogos, sobraram palavras.
Prantos iniciaram quando sorrisos findaram.
Já não mais dormia, ao seu lado, o moçoilo
dos olhos turvos. Não mais havia poesia ou
prosa em seus manuscritos hodiernos que
se mostravam como profundos traços num
papel umedecido pelas letras do seu choro.
Ao fim,
há somente
o fim.

Laís Grass Possebon

Teresina-Terehell-Terecéu


Menina Teresa,
Menina Cristina,
Imperatriz?
Dos sertões, do cerrado, da caatinga, dos cocais...
da miséria
Sangue cajuína, suor de cachaça
temperada
O buxo quebrado
de tanto sarapatel
Nadando violentamente contra bueiros
refletindo no Poti
Assoriando minhas mágoas no Parnaíba jorrar
Ummmmm, que saudade do capote Estaido
Quem deverás lembrar da Frei Indignada?
Ummmmm, da Lesteira elitizada
suburbunamente calazarizada
amebizada
Menina ferina
ciranda cirandina
água, chuva, chegou Janeiro
pesqueiro, piracema, sombra da mangueira
sobre as folhas do cajueiro
um camaleão caminhando pro caneleiro
ipê-amarelo, Troca-Troca, navegueiro
Forrozada, reggaeada, rockada, regionalizada
Cultura abastarda
negligenciada!
O Cacará anuncia o gabirú na lagoa
Andorinhas de agosto, setembro
calor
BR eita piula Ó BRÓ
Avante caburé, mucura, soinho, gabirú, carcará!
Vento seco, levanta o voo socó
Pindura a carne seca,
corre-corre pra madrugada
Pitando a porronca
socorre a Não-Se-Pode
Vila Irmã Dulce, Vila Velha do Poti
Corre ali pra sacudir
a falta de lambari
Poti Cabana?
pobre pobre na varanda
assistindo o coroné passear
Teresina
Terehell
Terecéu
Amarelo queimado no gramado
é fumaça, é arado
Forte sol do Equador
metálica sombra de verão
Teresina
Terehell
Terecéu

Miguel Coutinho Jr.

Dos teus olhos eu guardei a mira pra mim, (Me mira, sem ira)
Quis te encontrar, na verdade foi mesmo assim o acaso aconteceu.
A sombra que teu sorriso fez ao cruzar meus passos, e o silêncio que não ocorreu.
Foi tudo tão certo, foi tudo tão bem, e hoje não sabemos o que é o incerto.
Estamos de mãos dadas, grudadas pra disfarçar os medos. Sabemos do mais à frente que algo pode tentar nos derrubar com feridas.
E no fim a gente não vai se importar só queremos deixar levar, aproveitando a carona que o céu vem nos proporcionar.
Vivemos! É o que mais importa agora.

Paula A

Brancas


Brancas como a neve.
Harmonizam o meu jardim.
Um casal de garças.
E uma garça solteira.
Um trio de bailarinas.
Metricamente confeccionadas.
Estátuas perfeitas.
Falta-lhe o elo entre a alma e a vida.


Autor: Dhiogo José Caetano

Reprovado


Entre aprovados a minha reprovação.
Fiz tudo que era possível.
Quantas limitações...
A competitividade elimina o idealista.
As burocracias soterram os ideais.

Autor: Dhiogo José Caetano

De repente percebeu que carregava dentro de si,
somente o que precisava para ser feliz.
E talvez por isso, ou principalmente por isso,
sentia-se absurdamente leve
Sentia que embora seus pés estivessem firmes,
fincados no chão, seu coração, sua alma, estava tão leve,
que poderia voar...voa passarinho, faz teu pouso, no teu porto, seguro.

Luciana Abreu

Saudade


NUNCA VI DOR MASSACRANTE
COMO A DOR DE UMA SAUDADE
FERE O PEITO DO AMANTE
MURCHA AS FLORES DA CIDADE

DÁ UM DESGOSTO PROFUNDO
E ENVELHECE A MINHA IDADE
CORRE MUNDO E SUBMUNDO
E VEM MATAR FELICIDADE

TENHO TRISTEZA NO CANTO
JÁ NÃO VIVO EM LIBERDADE
SINTO A POESIA DUM PRANTO
NUMA COR DE ATROCIDADE

HOJE EU ESQUEÇO MEU SONO
SIGO A VOZ DA CRUELDADE
FICO LOUCO NO ABANDONO
MATO MINHA MOCIDADE

TUDO POR CAUSA DA MOÇA
QUE DEIXEI NUMA CIDADE
UMA CARÍCIA DE ROSA
UMA FLOR DE AFINIDADE

LEVO A VIDA A FAZER VERSO
JÁ ME ESQUEÇO DA QUIMERA
TENHO O CORAÇÃO DE FOGO
COMO AS LAVAS DA CRATERA

SIGO UMA ESTRADA SOFRIDA
JÁ ENCONTRO O MEU AMOR
MAS AGORA É DESPEDIDA
E O QUE ERA DOCE ACABOU

FOI UM PENAR DUM GANIDO
QUE O POETA VERSEJOU
FOI A ASA DO CUPIDO
QUE NO CORAÇÃO POUSOU

FOI A VOZ DA TEMPESTADE
DA SAUDADE QUE FICOU
FOI O BEIJO DA MENINA
QUE MEU CORAÇÃO GUARDOU

TUPINAMBÁ BARJUD(TUPY)

Retratos do vento


talhada no tempo do meu coração
te vejo tão linda menina mulher
com flores jogadas de minha emoção
te trago vestida num canto qualquer
entrando num mar de florestas azuis
teu brilho de corpo no vento a sonhar
teu rosto marcado por teus lábios nús
cabelos dourados de clima solar
ai amor meu pensamento
derramei nesse momento
coração em sangramento
espalhado pelo vento
semeado pelo tempo
o amor que é tão sedento
foi num mar de afogamento
de manhã de céu cinzento
foi no mel dos teus momentos
que juntei meus argumentos
encaixados pros meus tempos
derramados nos meus ventos

TUPINAMBÁ BARJUD(tupy)

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sentimento Perdido


Talvez eu seja um nada por algo que nem lutei
Ou então um nada por algo que nem se quer criei
Já tive um sentimento à ponto de me entregar
Mas algo que me incomoda me impede de voar
Falei comigo mesmo em frente ao espelho o que de mim a vida dirá
E o meu outro ''eu'' disse que eu deveria fazer é procurar.
Pra mim tanto faz os meus pecados cometidos
Me culpei tanto e passei por dias sofridos
Tranquei-me em meu próprio pensamento inútil
Por alguém que não me merecia e era realmente fútil
Me perdi em vagos pensamentos obscuros
Sentia-me sufocado pelos sentimento que algum dia foram seguros
Fico triste por tê-la perdido pra sempre
Mas com esperança de um dia voltar à ela e fazê-la parar de chorar
Sinto uma dor no peito por ter que partir
Mas um dia eu volto e farei você sorrir.
Minha criança, não tenha medo de viver
Pois em meu coração seu sentimento ira prevalecer
Tenho medo de um dia ficar mesmo sozinho
Porém, uma hora teríamos de seguir nosso caminho
Não sei se você realmente sente algo por mim
Tanto faz sempre direi à todos ''Te amo mesmo assim''
Por mais que seus sentimentos eu tenha perdido
Esse autor desconhecido jamais terá lhe esquecido
Sonhe, Voe, Ame, Viva, Sorria, Chore, Sinta, e Abrace
Aventure-se, Conheça-se, Reflita-se, Entregue-se e Descanse
Algumas humildes palavras de alguém que um dia lhe admirou
E seja aonde você for estarei te protegendo de onde estou.
Adeus, e sempre te amarei..

Cristian Muchilla

Eu quero arder...


Um dia me disseram
Que meu corpo deveria ser o Everest
Que todo homem deveria suar para possuir...
Pobre cina esta minha,
Que não nasci para ser rocha
E sim para ser rio, mar...
Sempre que me perco em pensamentos
Me vejo a arder em desejo fugaz
Imagino os corpos, as bocas, os lugares...
E o que a de errado no prazer ?!
Sexy sendo vulgar sim!
Abrir, fechar
Lamber e chupar.
Moça puritana
Um dia no banho
Ousou se tocar
Sentir a flor....
Descobriu o rio de prazer
Que desaguava dentro dela...
Neste mesmo dia se fez mulher
Que sente, deseja e procura
Procura simplesmente sentir
Não interessa se ele vai partir amanhã!
Ele é apenas um novo olhar
Os comuns vão julga-la
E condena-la
Mas isso pouco importa.
De que me vale bons olhares
Se por dentro estou em brasas?!
De que me vale ir as missas pela manhã
Se a alma pagã deseja estar nas entranhas do padre?!
Prefiro pintar o rosto
Fumar meu cigarro
E me deleitar na madrugada.
Vivo em chamas
E quero morrer sobre elas
O entrelace de corpo
É o mais próximo que chegamos de Deus.
Quanto a sentimentalidades
Deixemos isso para amanhã ou depois
Hoje quero apenas arder....
Queimar se possível
E pela manhã dormir
O sono da menina travessa
Que só pensa em se entregar...

Yara Silva

Se a mídia te cretiniza
Corre às ruas
Grita tua voz e Democratiza!

Vicente

De um lado vejo pessoas querendo cozer minha carne
Vão amaciando-a aos poucos
com políticas sociais que temperam minha carne
e acalentam meu povo
Do outro lado vejo um grupo de pessoas querendo assar minha carne
Colocam-me na frigideira e fritam-me ao gosto do freguês
cortam gastos,
sem piedade do meu povo
A diferença entre os dois grupos está no tempo que preparam a carne
mas no final, irão devorá-la até o osso
Meu povo, num período de crise do capital,
como um animal desesperado, à beira do matadouro,
divide-se em dois:
uns querendo viver um pouco mais, cozendo no fogo das empreiteiras
outros desejando a fritura imediata pela multinacional
Mas não se preocupem, todos serão devorados
Por empreiteiras e multinacionais
só depende da preferência

(Miguel Coutinho Jr., PT versus PSDB, eu voto nulo 2014)

Vamos abrir uma garrafa de vinho e falar de coisas boas
Pergunto sobre seu dia,
jogo aquele charme e tomo mais um gole...
E você coloca um disco de Roberto Carlos na vitrola antiga
E me tira pra dançar
Envolve seu braço em minha cintura
E me põe junto ao seu peito, sou pequena,
Por isso não encosto meu rosto no teu...
Você me gira graciosamente e me puxa,
Dá um selinho em meu nariz e depois no canto da minha boca...
Eu fico esperando algo mais...
E de repente você me beija
E me perco em ti

Jamile Jah

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Alma Pura

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O que é ser criança em um mundo que ninguém lhe escuta
Tal palavra inocente pela qual todo mundo disputa
Ter a vida tranquila e sem preocupações
Pois não há ninguém que lhe julgue por suas ações
Mentiras não existem em tal mente limpa
Honestidade sim que hoje em dia quase está extinta
Sentimento de amor puro incondicional
Uma coisa bem simples que nunca lhe fará mal.
Saudades de minha infância perdida
Hoje choro por ter a vida sofrida
Mas nunca perco a minha fé
Por que em nosso futuro cabe à nós saber o que é
Devíamos aprender com nossas crianças
Pois elas sim sabem o que é ter esperanças
Sentimentos puros em olhos inocentes
Expressões afetuosas e sorrisos contentes.
Não temos culpas por nossas atitudes egoístas e ignorantes
Tentamos sempre recuperar o que de nós foi nos tirado antes
Vim aqui pra deixar esse trecho
por que a vida não acabou para ainda dar um desfecho
Eu sou um adulto com a mente um pouco infantil
Por que quando teve a chance este ser aqui sorriu
Não invejo ninguém pela vida que tem
Apenas sigo minha vida e pensar no que vem além.
E deixo esta carta de euforia
Pra deixar em seus corações um momento de alegria
Voltemos às nossas origens de brincadeiras
Sem palavras pra poder me expressar mas enfrentando fronteiras
Pois sabemos como é demonstra um sentimento à alguém
E mesmo que ninguém admita temos em mente que todo têm
Essas foram palavras de uma pessoa que pouco à pouco tem vivido
Este texto é de um autor desconhecido...

Cristian Muchilla


Esqueça


Duro como mármore
Seu jeito de amar
Cimento aquoso
Esperando endurecer
Assim é minha espera...
Um dia quando for tarde demais
Talvez me procure
Como um cego procura a saída
Na noite escura
Nem o vulto de minha esperança hás de ver...
Em delírios repito seu nome
A indiferença responde:
Esqueça!

Marta de Paula

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Sobre nós


Parece que você me invadiu como as folhas que se desprendem no outono e se espalham pelo chão formando pinturas Valentinas.
Quero que me prove em dedos, sujos ou limpos, mas sempre em cores, devore meu pescoço, coma-me os seios, mude-me de humor.
É do seu bom dia que preciso para nascer em tantos olhos, me invente, reinvente, crie nosso porto, permita-se velejar nesse mar que não entende o fim.
Contrarie-me, leve-me para passear em tardes frias, gosto do pôr-do-sol e se queres me amar saia comigo para ver a lua cheia nascendo como um recomeçar depois de tantas fases.
Se não gosta de poemas, permita-me te por em versos, rimar teu sorriso, estrofear sua boca nessa linha que se chama cama, nas entrelinhas que se chamam corpos.
Enlouqueça-me, mas também me deixe calma, dance comigo, mas permita que eu dance com desconhecidos, gosto do nosso, mas nunca serei sua dona, mesmo sabendo que és minha.
Se eu estiver de vestido florido sorria, se eu estiver de baby dooll me olhe com carinho, se eu estiver nua ainda assim me dispa.
Me vista com sua armadura, mas deixe eu tirá-la e vê-la frágil, cuidar de ti como mimo meus gatos. Deixa eu te perturbar por ser Palmeirense e sempre querer que tire a cebola das comidas que precisam desse toque.
Rapte-me para onde possa te escutar, mas leve-me para lugares que eu so possa te olhar,desejar, apenas sonhar.
Se fizermos cara feia, beije-me demoradamente até as sobrancelhas formarem um riso, se estiveres triste contarei histórias bobas da minha vida de aventuras que te fazem ter ataques cardíacos.
Quando estiver entediada escute meus discos de banda que nunca ouviu falar, pois estarei lembrando de você quando tocar aquele sertanejo que sempre julguei insuportável, mas que me faz lembrar de você.
E se eu me sentir só e se você se sentir só, eu corro, flutuo, vôo, nado, mas vou te encontrar de preferência no fundo dos teus olhos, pois foi ai que te conheci.

Yana Moura

Nascido com um coração vazio


Não sei o que pensar sobre mim
E nem sei ainda o que dizer
Já sonhei em ser alguém
Por alguém que fez de mim um ninguém
Tenho medo de tentar me aproximar
Mas tenho mais medo ainda de me afastar
Nascido com um coração vazio
Procuro a felicidade em seu sorriso
A verdade em seus olhos
Um simples desejo em sua boca
Sou uma alma perdida em um mundo vago
O preço da rejeição que o mundo sofre sou quem pago
Prefiro ser um ninguém em terra de alguém
A procura da resposta de quem eu realmente sou
E achar um caminho direto à você
Que é um lugar onde realmente sinto que estou
Um belo porto seguro e um sentimento belo que eu tenho sentido
Este texto é de um autor desconhecido. .

Cristian Muchilla

Mosaico


Fazia um tempo que não escrevia, tudo parecia entediante, pois as minhas formas e molduras se repetiam em um papel que cicatrizava e manchava minhas rimas nos tragos de velhas filosofias.
A saia não é mais longa, o cabelo não está esvoaçado como Bethânia, nos dedos carrego anéis e no pulso um relógio que controla meu tempo, minha direção. Até o gosto do vinho barato corrói meu estômago.

Saio em silêncio, mas sem ausência, pois a vida aqui é bem mais calma, como mosaicos que colam os cacos de uma pintura que já foi viva. Em mim o sol existe e queima menos, talvez por ter amadurecido em meio a carburetos.
Um dia corro, esvoaço os cabelos, “pros pingos da chuva me molhar”, para ter o abraço em Ziriguidum e ir para o mundo com “qualquer dois mil réis”.

Yana Moura

Vamos ao parque, para deitar na grama e ouvir os pássaros cantando. E quem sabe nossos olhares se cruzam e um sorriso dirá como é bom amar. Juliana Gomes

segunda-feira, 13 de outubro de 2014


Cansada
Pensei estar sozinha
Olhei para um lado,
Olhei para o outro,
Olhei para trás,
Olhei para todos os lados
Ninguém avistava
Só as paredes brancas e gélidas
Um frio que chegava,
Em um calor tórrido de verão,
Que incomodava
Talvez quisesse um abraço,
Alguém que dissesse: Eu cuidarei de você!
Queria que Deus me envolvesse em seus braços
Enxugasse as minhas lágrimas
E dissesse: Filha eu estou aqui
De repente me lembrei
Que a caminhada não era fácil
Talvez eu não fosse frágil
Só estava cansada
É cansada de sorrir
Com aquele sorriso alegre
Mas triste,
Real e retalhado de ilusão
Ele não prometeu que seria fácil chegar
Mas disse que sempre estaria comigo
Então levantei,
Continuei,
Alcançarei.

Raíssa Soares

T-shirt


Quando ali a vi vestida na camiseta do Ramones e jogando-me aquele pseudocharme, quase que me apaixonei, até cheguei... uma pena que era tudo fingimento e pouco bastou para que eu me desapaixonasse de quem quase amei. Mas não a desiludi,  disse que logo voltaria com uma garrafa de Ramones, gelo e red bull! Só que não... prefiro Jack Daniels e não voltei!

Giva Santos

Espontaneidade


Abre a roda.
Vamos brincar?
Roda, roda sem parar.
Queremos é gargalhar.
Correr até suar.
E com as mãos dadas cirandar.
Você não me pega!
Vem contar uma história.
Cultivemos a essência de uma criança.
Façamos da pureza, da sutileza, da inocência; o bálsamo da nossa evolução.
Que possamos ser crianças pra sempre!

Autor: Dhiogo Jose Caetano

tomada um


jodorowsky levou-me ao topo da montanha sagrada
onde apresentou-me a um escritor e a um professor que
aguardavam tarkovsky enquanto ouviam uma sinfonia
do lôbrego tchaikovsky em uma vitrola antiga e oxidada
observei pessoas do jazz que chegavam de new orleans
e pessoas coloridas que traziam flores em suas vestes
e pessoas que fitavam o céu com sofreguidões de titãs
eu pude ver o resplendor dos beatniks que tocavam
bongôs e se embebedavam com antimaterialismo e
eu avistei kerouac e ginsberg nus em busca de neal
cassady e suas mulheres e vi burroughs e alguns gatos
e algumas drogas e ouvi doors e o poeta morrison e
então começou a chover e a água inundou as poesias
simbolistas que estavam penduradas em um varal
que ligava rimbaud e verlaine ao flâneur baudelaire
jodorowsky abraçou-me e disse que frida e dalí não
se atrasariam e que guevara já estava sentado ao lado
direito de marx e logo vi que rosa luxemburgo também
estava ali com lênin e stálin e resolvi abrir uma pequena
porta e encontrei arendt & heidegger e beauvoir & sartre
e fechei a porta e caminhei observando todas as situações
que se criavam na minha frente e ouvi alguém chorando
e segui o som do pranto até encontrar um homem que
estava sentado em um canto e percebi que era nietzsche
e nada disse
apenas sentei-me ao seu lado
e chorei
e jodorowsky nos dirigiu

(Laís Grass Possebon)

À mão


pôs-se a dançar escondida
nela somente rendas e pedraria
e o encanto à mão esculpido

e a lua por trás das colinas
invejava sedenta sua libido
e sua nudez quase protegida

que a qualquer momento
se revelaria, fogo posto
crime contundente

apenas sutil, nada inocente
que quanto mais umidade
muito mais se acende

Eliane Barreto

À noite a saudade ronda, indecorosa,
a minha, a nossa esquina,
querendo um dedo de prosa.

Não dou confiança, finjo de morta
rejeito as lembranças, faço uma prece...
Não tem jeito, a danada vem bater à minha porta!

Ravenna Scarcela

Agora estou tão forte que
Desta força eu me admiro.
A saudade que doía
Hoje só dói quando eu respiro.

(Igor Roosevelt; 22/11/2012)

Ó minha alma, porque estais tão inquietas?
Por que te deprimes, dentro de mim?
Sarai-me, porque o desejei ardentemente
Sarai-me, porque o desejei perdidamente
Agora me veres neste leito, leito de dores
E se um dia alguém por pena visitar-me
Por ventura direi: que o amei
E peço pra nunca mais voltar.
'Ainda lembro-me do teu olhar'

Araújo, Bruna Caroline

Um “ser” lindo!


Confraternizando com seres de luz.
Em meio à Terceira Guerra Mundial, garimpemos seres de paz.
Criaturas do bem.
Disseminadores da boa nova.
Mestres do amor.
Conectemos com a natureza.
Entoemos o grito planetário de esperança.

Autor: Dhiogo Jose Caetano

Finjo


Finjo,
Finjo até não sentir dor
Entorno mais um gole da mais amarga cachaça
e choro pela dolorosa lacuna

Bebo vários goles
entalando-me de angústias
Tragando um porre de cigarro
Achando que minha murmúria vai passar

Finjo
Mas meu fingimento maior é fingir meus fingimentos
tão mal fingidos que um gole de cachaça desmascara-os pra humanidade

Pavel, 2014

Abraços livres


De vez ou outra me vem uma vontade de abraçar
Abraçar aqueles que em conflito vivem
Sentir o calor da humanidade
Absorver o calor dos sonhadores e dos bon vivant
Compartilhar os sonhos e inquietações dos revolucionários, dos revoltados, dos conspiradores

No bater dos ponteiros cresce a vontade de sorrir para os sintetistas
de afagar os bakuninistas
de camaradar com os comunistas
e quem sabe beber com qualquer outro anti-capitalista

Sem perceber seja um sentimento de coletivismo e fraternidade
que permeia os anarquistas
De ver em todos um pedaço de si
de caminhar como seres da mesma natureza humana
irmão da mesma genética, filhos da mesma terra

Poderia eu abraçar um dia qualquer indivíduo com o calor da humanidade?

Sem medo da mordaça que o povo vive
Abraçar... Como eu quero abraçar...

Free Hugs irmãos

Free peaples in the Earth!!

Pavel, 2014

Quero asas ...


Não asas de cera,
Quero asas de carne e osso
Que pulsem quando o vento bater.
Quero que estas asas se arrepiem
Quero que elas sejam quentes
Para que ao anoitecer
Elas me abarquem o corpo.
Dizem que Deus não dá asa a cobra
Mas ele deveria dar asa a alma
Para que pudéssemos atravessar o abismo sem cair.
Um ser de asas sente a dor de maneira diferente
Olhar a tristeza, a maldade de cima parece mais fácil.
As crianças alcançam os céus
Pois tem asas
As asas da imaginação .
Com ela podem buscar,
Amigos especiais
Nuvens, castelos e bondade...
Mas nunca vou me cansar de buscar
Minhas asas encantadas
Para que o amor esteja sempre no meu radar
E que as fronteiras não passem de chuvas fortes.
Para que eu só precise pousar para sonhar....

Yara Silva

Solitários


a tua solidão esbarrou em meu dorso
e embaraçou a minha brandura campesina
com a tua eletricidade isolada e todo o teu ardor
a minha solidão esbarrou em tuas costas
e se emaranhou em teu entusiasmo solitário
fluindo entre a minha prosa e a tua nueva trova
as nossas solidões se esbarraram em um corredor
qualquer e quem diria que duas criaturas sozinhas
neste tempo e por este ar iriam se esbarrar tão bem
como nós fizemos
as nossas solidões se esbarram todos os dias

(Laís Grass Possebon)

Coração de escambo


Sempre que imagino
Sempre que reciclo
Acabo no mesmo lugar.
Neste teu olhar
Encontro um meio,
Uma forma
De prender este sentimento.
Quando penso que me libertei
Que a tua sombra não existe mais
Esta tua essência aparece,
Com gosto de despreso.
Mesmo sem te ter por perto
Sem ter teu corpo
Entre um gole ou outro
Tua face vem me atormentar.
Maldito!
Me jogaste na solidão
Sempre quando penso ter me livrado de ti
Reaparece como fantasma.
Amor desgraçado este meu...
Decidiu te seguir
Aos trancos e barrancos
Com dor e solidão.
Coração burro
Deveria se dedicar
Aos que seguem tuas vontades
Mas não, sisma em querer quem não te quer
Quem maltrata, esgana e suga!
Queres aquele que usa o corpo
suja a alma
e mata a sentimentalidade.
Passa ano sai ano e sempre a mesma coisa,
Tristeza e frustração
Homem maldito!
Perdoa a pobre pagã!
Que teima em te querer
Em te esperar...
A luz da solidão
Que esfria a alma .
Mas façamos uma troca
Usa o meu corpo
Que te dou minha alma.
No escambo da vida
Vamos nos satisfazendo
Nos corroendo,
E esperando uma terna
Felicidade....

Yara Silva

Deixa a tua gira girar
Deixa teu corpo receber
Deixa teu Caboclo chegar!
Pois a tua alma é viva
Teu corpo é templo
E nunca se fecha um templo,
Te afasta do corpo e deixa entrar...
Quando passa na encruza
Salda o povo da rua
Dedica o primeiro gole pro santo
E vai!
O branquelo passou na macumba
Dizendo que lá só tinha capeta
Que ia rezar ave maria pela proteção,
Quando me espanto
La esta ele, tremendo todo
Caboclo puxando ponto...
Quando a gira começa a girar
O caboclo começa juremar
Espera a beleza que vem...
Atabaque, adjá e nêga baiando...
Neste instante tua alma pulsa
Tua boca seca
Pois a gira vai girar...
Pega teu filho pra ensinar
Que preto tem cultura
Que preto tem dialeto e linguajar
Ele canta em iorubá !
Te afasta do corpo
Deixa o erê pular
teu preto velho dizer,
Que a vida é pra viver
Que o sofrimento é passageiro
E que a alegria é a força da vida!
Pois quando a gira girar
E o Caboclo cantar
Tudo vai se assentar.

Yara Silva

Au revoir, Silêncio!




Eis me aqui neste quarto esquecido
Tantas vezes na agonia eu havia sentido.
caminhos errados de uma mente estranha
tenebrosos desejos que meu coração apanha.
Sinto uma enorme agonia no peito
Procuro sua voz no meu sonho deitado em meu leito.
Uma alma perdida buscando sua paz
O que o mundo pensa pra mim tanto faz.
Procuro uma maneira exagerada de consegui um amor
Por mais que eu tente não consigo seja onde for.
Nestes versos e frases eu me deleito
Procuro minha resposta seja de qualquer jeito.
Tenho um sonho a ser realizado
Porém minha mente conturbada têm me calado.
Tristezas,mágoas,arrependimentos
Tortura minha mente se alimentando de meus sentimentos.
Tudo que me resta é meu passado vivido
Esse texto foi feito por um desconhecido..


Cristian Muchilla