domingo, 19 de julho de 2015

Malinagem

"O diálogo entre a malina e o escritor"

N - E um belo domingo, na calada da noite, uma criatura malina interpela o escritor, na rede social:
M - E nosso projeto? O livro?!
E - Sairá da prancheta, virará realidade!
M - Nos vemos na livraria, para um gostoso café?
E - Sim, sem dúvida!
M - Pois está marcado, à tarde, naquele horário!
E - Estarei lá!
M - (Pensa) (... Não falte, seja pontual e leve algo novo pra me mostrar!)
E - (Reflete) (...Tomara eu encontre material pra mostrar a tempo e logo! Porque ela escreve bem...)
M - Boa noite.
E - Muito boa noite, para você também.

***

(Próximos detalhes no próximo post...)

terça-feira, 14 de julho de 2015

Daquele abraço forte e a certeza que juntos, lutaremos e voaremos


Nos teus braços sinto força;
seja num abraço apertado
daqueles que só você sabe dar,
seja no meio da roda
mostrando que ali é seu lugar,
seja mutuamente nos apoiando
com disposição pra ajudar,

Me sinto pequeno, acolhido
envolto nesse laço fraterno
que nenhum tipo de força repressora
será capaz de quebrar

Sinto aconchego, reenergizo minha vitalidade
pra poder fazer de sabores e saberes,
entre o fervor do fogareiro ou no grito de luta,
uma outra sociedade, contigo, construir e partilhar

Dos olhos mirrados, miúdos
de sono, de charme, de observação
entre o ponto do silêncio
e a fala decidida, para nos conclamar

Tu, poesia brutal, doçura em fervura
sorriso amigo, "batom vermelho girassol"
eu digo, sem medo e receio
bom estar lado a lado contigo
na luta, na canção, em verso e sempre
no coração e mente, no punk ou no repente
juntos, nos abrigamos, e avante! Revolucionar

André Café, poema para Cibele Andrade

Parcelas suspensas no mundo do Ar: Convergência de um futuro mórbido, primeira parte


Pedaço;
desmedida metade
um traço
de veracidade
Mormaço
e meias vontades;
Um punhado caiado de sobriedade

Caído,
em catarse

Nebuloso espaço:
andarilhos, andaimes e andares,
o berço do Sol em solitude;
no asfalto, inefáveis aflitos
o homem enfim finito,
na palma da cada mão,
a terra e sua fertilidade

Reverso,
mas sem êxito
Retorno,
mas tudo desfeito
Imploro,
para todos os mitos
Um punhado esquecido de coletividade

André Café

Um riso preso


Alguns sorrisos,
entre meus tragos e leves
passos descalços no fogo frio;
fumaça por cima das vontades

Risos furtivos, doces desejos,
amargos nas cinzas de ressentimento;
vem turva a tarde tênue,
num corpo tomado de tinto

Tarde vem o tempo que nunca esperei;
o vento e as páginas do livro,
num movimento caótico
e um barulho ínfimo

Sou eu ou são as cores
que desbotaram antes do fim?
se espalham os caminhos no riso
se perdem os destinos em mim

André Café




No fio


Uma mente que gira,
volta e meia tempo;
memória, sede e suspiro

Tácito escancarado,
na mente que grita
no ápice do giro

Nessa roda sem dança,
quereria calar
e descer desse mundo

Navalha lembrança
não vale falar
do silêncio profundo

André Café



Negras tormentas I


No sopro quente do braseiro
que agitam o feijão borbulhante;
calor, sabores e saberes
pela queda de senhores,
pelo fim dos horrores
do sistema dominante

Pelas quebradas, o caminho;
há flores que resistem no sertão,
olhares, que agitam o coração
palavras, lágrimas e canção
que nos levará para um mundo distante

Longe, inverso e avesso,
de tudo que se vê
perto, em verso e organizado
com todo nosso querer

André Café