sexta-feira, 14 de abril de 2017

Aresta

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De dias que me esqueço
como conto da vida é difícil de decantar
o risco, longe do papel e tinta
cada traço olvidado de marcar

Diluindo, no último vagão, no meio da viagem, ao acordar,
para frente para sempre, no pestanejar ao ligar ou sucumbir,
ao esfacelar, devorar, comer, aspirar ou dirimir
cada silabada poética ao acaso

Recolho os retalhos recontado
e há dias não sou poema
e havia uma poética aresta
entrelaçada no âmago daquilo que se foi, ou não será.

André Café

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